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A sangria do vácuo

Foto do escritor: Sandra BraikSandra Braik



Vejo raízes vermelhas em olhos incolores

Como a fina nascente do líquido mortal  

Incapaz de acompanhar o curso fluvial

Absorvido em terras de secas dores


Vejo infantes miradas insossas

Congeladas pela última imagem captada

Na murcha solidão definham com outras

Em nova pele: os escombros que as revestem


Os gatilhos sonoros substituem

A melodia compassada do derbak 

E os cheiros das oliveiras pelo da podridão 

Do almejo da eterna escravidão


Vejo ventres montanhosos

Impossibilitados de abrigar

O desolado palato do viver


Pelo menos ainda 

Vejo

Caminho

Respiro


Cessem a briga por uma terra prometida

Porque depois das luzes laranjas aquecidas

Restam somente cinzas entulhadas do absurdo

Suplico por outra promessa 

A de livrarem os desobrigados de chamamento guerril coadjuvante

Que desabrigam físicas moradas no levante

Para fazerem seu papel antecipado em um céu de hematomas

Que só lhes pertenceria quando estivessem prontos 

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