Sentada confortavelmente, olhava pela janela do ônibus. O céu límpido, os coqueiros e a gostosa brisa levavam ao longe seus pensamentos. Foram interrompidos num instante.
- Licença, vou me sentar – disse o homem uniformizado.
- Ah, claro – respondeu a garota, olhando-o rapidamente e voltando a atenção para a estrada.
Não havia passado nem quatro minutos, quando:
- Oi, eu sou o Evandro, e você?
“Como se alguém houvesse perguntado.”
- Sandra – informou.
O alagoano tinha cor e brilho de quebra-queixo. Não parecia ser mais alto ou muito mais velho que ela.
- Vou fazer uma pergunta meio antiética... Quantos anos você tem?
“E bota antiético nisso, né, meu filho?”
- Quantos acha? – retrucou, tentando deixá-lo sem graça pela resposta que viria a seguir. A maioria sempre chutava para mais.
- Hum... Vejamos... Vinte e sete?
- Não – disse rindo. – Tenho vinte e quatro.
Fez de propósito, na esperança de envergonhá-lo, ou pelo menos inquietá-lo.
“Aí, garota!”
- E você veio fazer o que nessa cidade? – continuou, ignorando o plano secreto da moça.
Mesmo um pouco mais morena que o comum para uma paulistana, comparado ao cabra, parecia um sequilho. Provavelmente o fato delator de tal suposição.
- Férias - rebateu.
- Ah, que maravilha! Veio sozinha?
“Mas que enxerido!”
Não sabia se dizia a verdade ao rapaz. Parecia confiável, era o que seus olhos diziam.
- Sim.
- Mas, por quê?
“Nossa, mas esse cara é folgado mesmo, hein! Não é da tua conta, ô cara de calango arretado!”
- Ah, ia vir com meus amigos, mas eles não conseguiram; então cá estou.
- Entendi. Bom, se precisar de companhia pra hoje à noite, adoraria conversar mais com você - disse, piscando um dos olhos.
...
Day five, complete. O que que a paulistana tem?
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