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Quando aprendi os tempos verbais ainda menina ficava indagando a mim mesma: quando vou usar isso? Vestibular? Pra comprar fruta na feira é que não é. A não ser que minha professora de português tivesse uma barraquinha lá. Motivo perfeito para eu rasgar minha dicção esbanjando sonidos bonitos. Gostava de ficar conjugando mentalmente pra decorar e conjurando Chico Xavier para ver se eu escrevia todos no caderno mais rápido para poder aproveitar mais da aula de educação física, porque, embora eu fosse boa aluna, era melhor na bola, apesar de não ter prova de passe ou arremesso naquela época que pudesse comprovar minha afirmação.
Era estudar passados no presente e futuros incertos para não repetir as notas do pretérito; falando nisso, esse foi o que sempre me intrigou: pretérito mais-que-perfeito. Mais-que-perfeito? Se fosse, estaria no presente, ou já estivera e eu é que não sei.
Independente do tempo, já foi ou se imaginou sendo um verbo conjugado? Explico: como se as terminações das suas ações mundanas implicassem nas consequências do tu, do ele e de nós? Doidera, né? Até "doidera" se fosse um verbo já estaria "mais-que-perfeita".
Que os tempos verbais possam ser o da palavra AGORA. A vida é a simples matemática complexa do um vezes um. A vida perece no passado. Não conjugue o desnecessário. A vida apenas acontece. E que ela aconteça no detalhe, porque só se consegue apreciar sua importância quem a observa no presente.
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